segunda-feira, 27 de junho de 2011

ESTAMOS QUEBRANDO TABUS



Participação das mulheres na política cresce, mas domínio ainda é dos homens

A deputada Manuela D?Ávila (PCdoB-RS) - Arquivo O Globo

BRASÍLIA - Quatro décadas após a revolução sexual, não há dúvida de que as mulheres conquistaram vários espaços antes exclusividade dos homens, mas a arena política brasileira continua sendo um território essencialmente masculino. Uma pesquisa divulgada esta semana pela União Interparlamentar (IPU, sigla em inglês) com números de toda a América Latina revela que a presença de mulheres na Câmara só é maior do que a do Haiti, da Guatemala e da Colômbia. Apesar de continuar atrás dos vizinhos, o número de deputadas no Brasil cresceu entre a legislatura passada e a atual, passando de 32 para 45. Mesmo assim, elas ocupam menos de 10% das 513 cadeiras da Câmara. Outro item que evidencia a baixa participação de mulheres no cenário político brasileiro é a pequena presença delas à frente das lideranças partidárias e na Mesa Diretora da Câmara.

Apesar de serem poucas numericamente, o analista político Antônio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), lembra que as mulheres têm uma grande capacidade de se organizar e de defender suas causas.

A professora Lúcia Avelar, diretora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), atribui o baixo espaço das mulheres no Parlamento à tradição política brasileira, sempre dominada pelos homens. Lúcia diz que é recorrente na história das sociedades, não só entre os homens, a resistência de grupos que ocupam posições de comando à entrada de novos atores na disputa de espaço. Segundo ela, essa aversão à partilha do poder é mais evidente em relação às mulheres, mas também ocorre com minorias, como os negros.

- A política brasileira tradicionalmente é uma arena masculina. Os partidos políticos até há alguns anos praticamente só abrigavam correligionários homens. Essa entrada das mulheres na representação formal começou a ocorrer a partir dos anos 80, na transição política. Não progride mais porque os políticos são muito fechados à entrada das mulheres. Não só a elas, como a outros segmentos que não estão na elite do poder - afirma.

Recentemente eleita líder da oposição, cargo normalmente ocupado por homens, a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) diz que os partidos são muito fechados às mulheres:

- O que marca a ausência das mulheres é a falta de democracia dentro dos partidos - diz.

Para a professora da UnB, a instituição da cota de 30% para mulheres candidatas nos partidos não garantiu a efetiva participação feminina na vida político-partidária porque o país não adotou simultaneamente a lista fechada nas eleições. Lúcia Avelar explica que, se a lista fosse fechada (quando os partidos indicam os candidatos), a cada três nomes haveria obrigatoriamente o de uma mulher em condições reais de ser eleita. Com o sistema de lista aberta, muitas mulheres são incluídas na disputa apenas para figuração. Além disso, os partidos não são punidos quando burlam a exigência legal.

- Como aqui não há lista partidária fechada, a cota é para inglês ver - diz a professora.

- As cotas não garantem financiamento nem tempo de televisão. As mulheres não conseguem isso e não têm chances de se eleger - diz Manuela D'Avila, eleita deputada no ano passado aos 25 anos, pelo pequeno PCdoB, com a maior votação já recebida por uma mulher no Rio Grande do Sul.



A deputada Luiza Erundia (PSB-SP) - Arquivo O Globo

Para a deputada Luiza Erundina (PSB), ex-prefeita de São Paulo, as raízes das dificuldades das mulheres na política vão além das estruturas partidárias . Segundo ela, as mulheres não são educadas para ocupar espaços públicos.

- Existe um componente cultural, intrínseco à educação familiar, religiosa e até mesmo escolar das mulheres. As meninas são educadas para o ambiente privado. Só os meninos são estimulados a exercer liderança e ocupar os espaços públicos - diz.

Para Erundina, as mulheres acabam exercendo preconceito contra si mesmas e preferem votar em homens.

- Em geral, nós não nos permitimos ter um papel político. Existe um conceito inconsciente de que política é coisa de homens. Ao invés de tentar mudar o poder, a mulher acaba não valorizando a si própria. Por isso, apesar de termos uma população majoritariamente feminina, temos uma participação de mulheres no Congresso tão ínfima.

As mulheres de João Pinheiro não podem ficar alheias à politíca partidária e os Partidos Politicos precisam abrir espaços para elas, inclusive, para candidatas ao cargo de Prefeita em 2012. Nós, mulheres de João Pinheiro, temos que mostrar nossa libertação e nossa independência política, pois, já estamos no século XXI. Exigimos igualdade em tudo, conforme determina a Constituição Federal promulgada em 1988. Mulheres na política de João Pinheiro já.

Prometemos uma nova cidade, a partir de 2013, com uma mulher no comando dos destinos do municipio, pois, como foi dito acima, a mulher é mais dedicada e muito mais responsável com suas obrigações, sem nenhum desmerecimento aos homens, que nestes cem anos de emancipação, nos comandaram e muito bem.

Um comentário:

Elzinha disse...

Bem bolada esta postagem . Parabéns !