terça-feira, 23 de agosto de 2011

HÁ OS INDIGNADOS E HÁ OS BANANAS


Não vamos falar do que acontece em João Pinheiro, porque todos os meus leitores sabem o que vem acontecendo aqui, mesmo porque está sendo publicado pela mídia local, regional e estadual.

Não preciso perder meu tempo com coisas que são de conhecimento público. Basta você entrar na internet, nas páginas da imprensa e ler o que está sendo publicado. Tenho mais interesse em mostrar o que de bom podemos fazer por João Pinheiro a partir de primeiro de janeiro de 2013, com uma administração que ame a nossa terra.

Nosso blog está no Facebook, Google, Twitter e outros canais de internet, portanto, ninguém irá apagar o que escrevemos e nem nos calar, pois, temos um compromisso com a verdade, doa a quem doer.  O texto abaixo, escrito por um jornalista da Folha de São Paulo, retrata muito bem a corrupção que existe em nosso Pais, desde o menor município, até o governo federal(Janeska Braga).

O Brasil e a Índia têm nota igualmente baixa, aliás próximas uma da outra, no IPC, o Índice de Percepção de Corrupção da Transparência Internacional, respeitada ONG que mede não a corrupção propriamente dita, porque é "imedível", mas como ela é percebida em cada país.

A nota do Brasil, no IPC mais recente, foi 3,7; a da Índia, 3,3. Ambos os países a anos-luz da Dinamarca e seus 9,3, a primeira colocada em limpeza.

Se a percepção é parecida no Brasil e na Índia, então a reação em cada país também é parecida, certo? Errado, completamente errado. Na Índia, Anna Hazare, militante anti-corrupção, está iniciando nesta sexta-feira uma greve de fome em um parque público, acompanhado por milhares de seguidores.

No Brasil, o pessoal manda cartas indignadas para os jornais, mas não tira o traseiro da cadeira para se manifestar.

A repercussão das diferentes atitudes é inexoravelmente diferente: o movimento de Hazare está em todos os meios de comunicação de respeito no mundo todo, Brasil inclusive. Já a passividade do brasileiro ganhou uma perplexa coluna de Juan Arias, notável jornalista espanhol (um respeitado "vaticanólogo", aliás), hoje correspondente de "El País" no Brasil.

Arias se perguntava porquê não havia no Brasil nada nem remotamente parecido com o movimento dos "indignados" que não sai das ruas da sua Espanha (sólido crítico do Vaticano, aposto que Arias, se estivesse em Madri, estaria nas ruas agora, ao lado dos que protestam contra o que consideram gastos excessivos para receber o papa Bento 16, em um momento de aperto orçamentário generalizado).

O que chama a atenção, na comparação Brasil x Índia, é o fato de que os escândalos mais recentes no gigante asiático têm pontos de contato com o noticiário brasileiro.

Há, por exemplo, fundadas suspeitas de gastos abusivos para organizar os Jogos da Commonwealth, a comunidade de países que foram colônias britânicas. No Brasil, a organização da Copa do Mundo-2014 está cercada de temores, mas ninguém, até agora, fez qualquer protesto público parecido com o da Índia.

Nesta, há também suspeitas sobre negociatas no setor de telecomunicações. No Brasil, uma empresa do ramo comprou outra, o que era proibido por lei. A empresa foi punida? Não, a lei foi modificada (no governo Lula), para permitir o negócio. Você ouviu falar de alguma manifestação a respeito?

Se você preferir outra comparação, mudemos de continente e fiquemos aqui nas imediações: os estudantes chilenos, como os indignados espanhóis, não saem das ruas, exigindo educação pública e de qualidade. Preciso dizer que, em todas as avaliações internacionais comparativas, o Brasil fica sempre nos últimos lugares? Os estudantes brasileiros se mobilizam? Sim, para exigir meia entrada nos cinemas, atitude positivamente revolucionária.

Difícil escapar à constatação de que não somos indignados e, sim, bananas.

Clóvis Rossi, colunista do jornal Folha de São Paulo – 19/08/2011

5 comentários:

Renato Cury disse...

Minha cara Janeska,

O pior pecado do homem é a omissão. Pior do que falar mal é se calar.

Se calando, vc se iguala e se compromete.

Saindo da omissão, vc expressa sua opinião e mostra ao mundo, porque veio.

Abraços

Renato Cury

Leonel Roch disse...

Prezada Janeska, você não está sozinha e nunca estará. Ficamos imaginando de longe como é difícil e até doloroso estar num lugar em que a maioria das pessoas, mesmo sofrendo as agruras de uma má Administração, desmandos políticos, desarranjos sociais, falta de atenção básica e descaso, ainda assim, não conseguem se posicionar e debater ou buscar alguma melhoria. Vozes como a sua nunca serão caladas! Não ouvem seus reclames as pessoas que não querem, não debatem ou apoiam pelos motivos mais diversos, mas você cumpre o papel de cidadã e pessoa ativa. Talvez essa maioria surda, desinteressada em breve tempo venha a ouvir e se interessar. Tomara não seja fora de tempo. As pessoas, generalizando, não têm, infelizmente, a consciência de que o ser é político por natureza e omisso por opção: quaisquer debates travados entre pessoas de vida ativa, mesmo que em assuntos familiares, envolvem discussões, negociações humanas, tramas legais, posicionamentos, e isso tudo é política, não a partidária, mas o ajuste de ideias e o respeito ao que o outro pensa; a omissão é uma escolha, feita por diversos motivos: falta de conhecimento, medo, pavor, ignorância, fuga ou pressão, entre vários outros. A falta de conhecimento está ligada à educação que se recebe ou se busca; o medo é natural do ser humano que, às vezes, se esconde até de si mesmo; o pavor liga-se à possibilidade de ser punido ou ter alguma pessoa próxima de si vítima de perseguição, a ignorância é uma das piores características humanas, porque mata, mesmo sem tirar a vida...; a fuga é o caminho mais fácil e a pressão é recebida em todas direções e, se o indivíduo não tiver a consciência de que é um cidadão com direitos e deveres, aceita-a e se acovarda. O substantivo BANANAS é apropriadíssimo para encabeçar o seu texto de hoje, Janeska. Banana é aquilo que BOA PARTE das pessoas GOSTA, encontra-se em qualquer balcão de feira, mitiga, mas não mata a fome, apodrece com facilidade e, o pior, se a gente pisar a casca cai e pode se machucar... Esse, minha conterrânea valente, é o maior perigo da banana. Para fugirmos dele, desse perigo, a única saída é chutar a casca e seguir em frente!

Janeska Braga disse...

Concordo com você Renato, mas, infelizmente muitas vezes deixamos de agir quando se espera que o faça , acredito que teremos a hora certa de pronunciar sem um desgaste momentâneo . Abraços

Leonel Roch disse...

Compartilhando pequenas ideias do meu Blog: http://pensandoemgotas.blogspot.com aqui na página da Janeska:
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Direitos...

O sorriso da boca desdentada mostra a alegria necessária para seguir vivendo... é o poder da existência!
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Renato Cury disse...

Também concordo com vc Janeska.
Mas reiterando, qdo falto em omissão, quer dizer um mínimo de manifestação, de maneira política e polida, ou seja, a seu modo. Seu modo característico e elegante de falar e ver as coisas.
Abraços
Renato Cury