Ministra cobra dos partidos políticos mais candidaturas
femininas
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da
Presidência da República, Eleonora Menicucci, cobrou nesta quinta-feira (13)
dos partidos políticos maior ênfase no cumprimento da Lei 9.504/97 – conhecida
como Lei das Eleições – que prevê o preenchimento de pelo menos 30% das
candidaturas nas eleições proporcionais por mulheres. Para a ministra, os
partidos políticos também deveriam dar mais atenção às candidatas.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número
de candidaturas femininas alcançou 31,7%, superando o piso da legislação pela
primeira vez desde que a lei entrou em vigor, há 15 anos. No entanto, dos 190
candidatos a prefeito nas 26 capitais, apenas 28 (15%) são mulheres. A
crítica da ministra foi apresentada em debate que marcou a celebração dos 80
anos do voto feminino no Brasil, realizado na Fundação Casa Rui Barbosa, em Botafogo,
zona sul do Rio de Janeiro.
Com relação à conquista do percentual mínimo de candidatas,
Eleonora Menicucci disse que foi apenas um de diversos desafios que as mulheres
devem enfrentar na luta por seus direitos. “Outro desafio na reforma
eleitoral é a questão do financiamento da campanha. Os partidos precisam
considerar que as candidaturas femininas são tão fundamentais quanto as dos
homens e, portanto, [também] precisam de recursos”, afirmou.
De acordo com Eleonora Menicucci, sem a mudança do comportamento
feminino, a partir da década de 70, quando as mulheres começaram a ingressar no
mercado de trabalho, o Brasil não elegeria Dilma Rousseff como presidenta da
República. Porém, segundo ela, essa mudança não é observada nos cargos
executivos estaduais e municipais.
“Quando nós olhamos para os executivos estaduais e
municipais, isso não se repete, por mais que, nesta eleição, nós tenhamos mais
mulheres do que há quatro anos concorrendo a cargos executivos, ou seja, mais
mulheres estão considerando a sua autonomia para se candidatar à política”,
ressaltou.
Segundo a pesquisadora da Fundação Casa Rui Barbosa e
professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, Cláudia Maria Ribeiro
Viscardi, apesar de as mulheres constituírem 52% do eleitorado feminino, somente
9% são eleitas. “O nível de eleição de mulheres é inferior a de outros
países onde os direitos foram conquistados depois do Brasil. Por que as
mulheres não estão sendo eleitas, apesar de ter conquistado esse direito há 80
anos?”, questionou.
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