quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O TABAGISMO NO BRASIL MATA MAIS QUE O TRÂNSITO.




O objetivo deste estudo foi avaliar a situação do tabagismo no Brasil e o papel
do Programa Nacional de Controle do Tabagismo em seu esforço para controlar o
tabagismo no país. De acordo com a evidência  disponíveil, verifica-se desde o início da
década de 1990 um significativo declínio na prevalência do tabagismo e no consumo total
de cigarros por adulto. No entanto, o tabagismo está mais concentrado entre os grupos
populacionais com baixo nível de educação e que também devem ser os mais pobres. A
mortalidade por câncer de pulmão durante o início da vida adulta reduziu-se entre os
homens no período de 1980 a 2004, mas apresentou um aumento entre as mulheres. De
1996 a 2005, foram registradas mais de um milhão de hospitalizações por causas atribuídas
ao fumo, o que significou custos de aproximadamente meio bilhão de dólares americanos.  
O governo já cumpre muitas das provisões  da Convenção-Quadro para o Controle do
Tabaco da Organização Mundial da Saúde. O Programa Nacional de Controle do
Tabagismo é considerado extremamente  inovador, ainda que tenha se focalizado
principalmente em ações não-relacionadas aos preços dos derivados do tabaco. O Brasil
estabeleceu fundamentos sólidos para conquistas sem precedentes na saúde pública. Ações
adicionais e modestas poderiam gerar mais ganhos na área da saúde, através da prevenção
de óbitos prematuros entre os atuais 21 milhões de fumantes. 
Os instrumentos relacionados aos preços podem ser usados de forma mais efetiva e
incorporados ao Programa.  Neste ponto, há duas recomendações específicas:   

• No curto prazo, retomar o preço real dos cigarros praticado em 1993. Para isso,
seria necessário um aumento de 23% do preço médio de 2005 ou de 118% sobre a
taxa média do IPI de 2005.     
• No longo prazo, elevar o percentual do preço de varejo que corresponde à taxa do
IPI de 20% para aproximadamente 40%. 
Em conjunto com os aumentos nos impostos, o Governo deverá continuar a combater a
venda ilegal de cigarros e dar uma maior ênfase à revitalização das redes estaduais e
municipais de controle do tabaco, o que exigirá recursos financeiros adicionais. Finalmente,
é necessário o monitoramento da epidemia do tabagismo no Brasil.

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