domingo, 12 de maio de 2013

ATÉ QUANDO NOSSO PLANETA RESISTIRÁ À DEVASTAÇÃO IMPLACÁVEL DO HOMEM?


O mundo vive hoje uma situação grave, de aquecimento global,
depredação da natureza, perda de biodiversidade. O nosso modo
de viver e de produzir é insustentável. As mudanças climáticas que
estamos sofrendo são um pálido exemplo do que pode vir a ocorrer. Corremos o
risco de ver a humanidade desaparecer, se não tomarmos as providências que se
fazem urgentes.

Estamos convencidos de que o nosso modelo de desenvolvimento,
produtivista-consumista, é inviável: com o tipo de consumo que temos hoje,
a Terra não será suficiente para todos – e já não é. A concepção de economia
praticada nos últimos duzentos anos e, sobretudo, nos últimos trinta anos, nos
levará ao desastre.

Esta é a razão pela qual a Abong decidiu investir no debate e na construção
de novos paradigmas de desenvolvimento, que superem o modelo atual e revertam
o quadro de destruição das condições de vida. É urgente tomarmos consciência
dos limites de uma lógica econômica cujo único objetivo é aumentar os lucros de
um pequeno grupo em detrimento da vida de todos.

É mais do que nunca o momento de pensar em um modelo de
desenvolvimento centrado nas necessidades humanas, que garanta a reprodução
da natureza, evite o desperdício e não esgote os bens de que precisamos para
bem viver. Um desenvolvimento que esteja voltado para a vida e não para a
maximização do consumo.

Esta é uma discussão muito recente no nosso campo: como pensar uma
economia que não seja produtivista-consumista? Como superar a concepção
neoliberal sem cair na concepção “crescimentista”? Como obter o que é necessário
sem destruir as condições que nos permitem viver na Terra, sem acabar com a
água, os peixes, os animais, a terra cultivável, as florestas, a diversidade biológica,
social e cultural?

Para contribuir com este debate, organizamos, entre 2010 e 2012, três
seminários, de âmbito nacional e internacional. Convidamos palestrantes
brasileiras/os e estrangeiras/os para nos ajudar a pensar esta questão. Reunimos
neste livro algumas destas contribuições. Esperamos que ele seja um instigador nesta
busca por uma outra sociedade, uma outra economia, um outro desenvolvimento.
Cúpula dos Povos por justiça social e ambiental, contra a mercantilização da vida
e da natureza e em defesa dos bens comuns

Rio de Janeiro, junho de 2012
A Direção da Abong

Nenhum comentário: