Nome científico: Dipteryx alata Vogel
Família botânica: Fabaceae (leguminosae-Papilionoiideae)
Categoria:
Origem: Brasil Central – Cerrado
Características da planta: Árvore geralmente com 25 metros de
altura, copa densa e arredondada. Folhas de coloração verde intensa. Flores
pequenas, de coloração alva e esverdeada.
Fruto: Tipo legume drupóide, de coloração castanha. Polpa
comestível muito aromática, envolvendo as sementes também comestíveis.
Frutificação: Primavera e verão
Propagação: Semente
O baru, cumbaru ou cumaru é fruta nativa do Cerrado
brasileiro. Sua região natural de ocorrência estende-se pelo Planalto Central,
desde o norte de Minas Gerais, passando por Goiás e Mato Grosso, chegando a
costa atlântica do Maranhão.
O Cerrado, bioma de abrange aproximadamente um quarto do
território brasileiro, equivalente ao tamanho do México e a quatro vezes o
tamanho da Espanha, está ameaçado. Até a década de 1960, o Cerrado era pouco
habitado e a principal atividade econômica ali desenvolvida era a criação
extensiva de gado em grandes propriedades praticamente sem benfeitorias.
Hoje, a situação mudou e, embora existam leis de proteção
ambiental, boa parte das matas, dos cerrados, cerradões e campos cerrados na
região, que abrigavam plantas e fruteiras nativas, como o baru, vem sendo
derrubadas.
O corte indiscriminado de árvores para a instalação de
grandes empreendimentos voltados para a cultura de grãos (soja, sorgo e milho)
vem atingindo sem trégua o frondoso baruzeiro. Além disso, a madeira dessa
árvore – que em algumas localidades chega a atingir 25 metros de altura – é
bastante pesada e resistente a fungos e cupins, dando-lhe qualidades excelentes
para o uso em marcenaria.
A árvore que dá o baru, no entanto, ainda resiste em sua
majestade, continuando a proporcionar ótima sombra nos locais onde a deixam
nascer e permanecer crescendo. Mantendo-se sempre verde até mesmo na estação
seca, quando o Cerrado fica todo marrom-avermelhado, com sua copa larga, de
bonita folhagem, de ramos fortes e resistentes ao vento, o baruzeiro é árvore
bastante ornamental.
Leguminosa arbórea, o baruzeiro oferece um fruto de casca
lenhosa, onde se esconde um amêndoa dura e comestível, o principal atrativo da
árvore tanto para homens e animais. Quando maduros, os frutos caem com
facilidade e são fartamente consumidos pelos rebanhos criados soltos no pasto e
pelos animais silvestres, funcionando como excelente alimento para a fauna no
período da estiagem.
O gosto da amêndoa do baru, parecido com o do amendoim, leva
a população da região a atribuir-lhe propriedades afrodisíacas: diz-se que na
safra do baru aumenta o número de mulheres que engravidam. O que ocorre, na
verdade, é que o baru, por ser alimento calórico, fornece energia a quem o
consome em boa quantidade!
A amêndoa do baru pode ser comida crua ou torrada e, nesse
último caso, substitui com equivalência a castanha-de-caju, servindo como
ingrediente em boa variedade de receitas de doces, como rapadura e paçoca, além
de pé-de-moleque, uma especialidade na região de Pirenópolis, Goiás.
O Brasil é um verdadeiro reservatório de espécies florestais
nativas, cujos frutos constituem boas fontes de nutrientes. Ano a ano, crescem
as pesquisas relacionadas à ánalise da composição química desses frutos, bem como
estudos voltados para a produção de espécies oleaginosas, destinados tanto para
a indústria oleoquímica, como alimentícia e farmacêutica, que utilizam óleos
obtidos de fontes naturais, como é o caso do baru.
O que já se sabe é que o baru tem um alto valor nutricional,
com um nível relativamente elevado de gorduras e proteínas – sendo, portanto,
bastante calórico -, além de valores significativos de fibras e de minerais.
Da amêndoa ou semente do baru pode-se, também, extrair um
óleo semelhante ao óleo de amendoim, de excelente qualidade e com certas
propriedades medicinais, que costuma ser utilizado pela população local como
aromatizante para o fumo e como anti-reumático.
Apesar de todas as suas qualidades, o baru ainda
não é plantado comercialmente, sendo muito raro encontrá-lo à venda nas feiras
e cidades. Junto a outras espécies fruteiras nativas do Cerrado brasileiro, o
baru vem sendo estudado e submetido a variados experimentos técnicos da
Embrapa, desde o final da década de 1980. Seu objetivo é a produção de mudas
selecionadas, tendo em vista o aproveitamento racional e comercial da planta e
de seus frutos.
Um comentário:
Muito bom esse texto sobre nosso maravilhoso cerrado! Obrigada.
Postar um comentário