quinta-feira, 24 de abril de 2014

FRUTAL NO PONTAL DO TRIÂNGULO TEVE A CORAGEM E OUSADIA DE UNIR-SE EM TORNO DE UM CANDIDATO ELEGENDO-O DEPUTADO FEDERAL.

Vista parcial da cidade. 56 mil habitantes, um único edifício.
Estou publicando na íntegra esta entrevista com o Deputado Federal Nárcio Rodrigues porque em outras postagens já citei suas atitudes, quando resolveu unir sua região em torno de um único candidato, independente do partido ao qual esse candidato pertencia e num esforço incomum conseguiu eleger, por vontade do grupo, ele próprio para Deputado Federal. A princípio suplente e depois titular. Quando digo que João Pinheiro pode ter um candidato próprio eleito para nos representar, é porque me baseio nesse caso, onde uma cidade de igual porte hoje, conseguiu vencer o desafio e em 1994 elegeu um Deputado Federal e até hoje tem recebido verbas para seu desenvolvimento.

Para a eleição de um Deputado Estadual, podemos contar com os votos de eleitores dos municípios mais próximos, como Brasilândia, João Pinheiro, Lagamar, Lagoa Grande e Presidente Olegário, fazendo dobradinha com um bom candidato a Deputado Federal

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Entrevista com o deputado federal Narcio Rodrigues (PSDB)

De origem humilde, deputado federal Narcio Rodrigues nasceu na região do Chatão. Um de seus maiores orgulhos é ter nascido a 100 metros da barranca do Rio Grande, e ser filho de Tião Rodrigues (in memorian) e Dona Sílvia. Desde jovem demonstrou uma inequívoca vocação para os assuntos de interesse comunitário.
Como jornalista, elegeu as questões da sua região como seu foco principal. Pelas mãos do jornalismo cortou de ponta a ponta o Triângulo Mineiro, conhecendo seus problemas e carregando suas bandeiras. Repórter obstinado, Narcio deflagrou campanhas que marcaram a história política da região e que até hoje repercutem.
Um dos episódios mais marcantes de sua história profissional ocorreu nos anos 80, quando ele idealizou um movimento denominado “Acorda Baixo Vale”, alertando o Pontal do Triângulo sobre a necessidade de unir forças para uma maior representação política da região.
Alguns anos depois do movimento, em 1994, convencido da necessidade de novos nomes para o fortalecimento político do Triângulo Mineiro, o jornalista decidiu disputar uma vaga para a Câmara dos Deputados pelo PSDB, seu primeiro e único partido.
Embora suplente, com 27 mil votos, Narcio foi durante três anos um dos políticos mais atuantes no Congresso. Reelegeu-se mais três vezes. Na última eleição, ele teve 142 mil votos, tornando-se o deputado federal mais votado da história do Triângulo.
Nesta entrevista, Narcio fala sobre a concretização de uma de suas metas políticas: o asfaltamento do trecho mineiro da BR-364. Para ele, o término da pavimentação da São Paulo/Cuiabá contribuirá ainda mais para o desenvolvimento desta região.
Jornal Pontal – O asfaltamento da São Paulo/Cuiabá era uma de suas principais metas estabelecida pelo senhor, a partir de sua chegada em Brasília. Qual o significado desta conquista?
Narcio – Quando eu assumi o meu primeiro mandato em Brasília, fixei três metas que não gostaria de sair da vida pública sem realizá-las. Uma era trazer a universidade pública para a região, trouxemos e estadualizamos a UEMG, a outra era a consolidação do Instituto Hidroex como Centro da UNESCO e a terceira era a retomada da São Paulo-Cuiabá. Esta eu disse que, se até o final do meu primeiro mandato eu não tivesse feito avançar este projeto, eu não disputaria a segunda eleição. Porque eu acho que essa é a obra que mais representa a ausência de deputados até minha eleição, que mostra o descaso, a desatenção do governo com a nossa região. Mas a culpa não é do governo, a culpa é da região que não se organizava para se fazer ouvida em Brasília. E nós tivemos a alegria de, em 1998, último ano do primeiro mandato retomar o projeto da São Paulo/Cuiabá e hoje temos a alegria de dizer que a São Paulo-Cuiabá está no PAC, é prioridade do Governo Federal, que só vai parar quando estiver totalmente concluída. Nós estamos com todos os recursos empenhados para que o trecho que eu defendia (Frutal a Chaveslândia) esteja asfaltado até o final de 2010. Hoje, eu posso dizer com segurança que até Dezembro de 2009, se não houver problemas que comprometam o ritmo de obras, vamos chegar a Gurinhatã, a partir de Frutal, passando por Comendador Gomes e Campina Verde sem passar por trechos de estrada de terra. É uma conquista extraordinária, pois isso muda relação de Frutal com Campina Verde, que vai estar a 100 km de nós, trará Gurinhatã para mais perto e vai nos integrar, em definitivo ao sul de Goiás. Ver a São Paulo/Cuiabá asfaltada é a realização de um grande sonho político, é a realização de um sonho de toda região e me dá um nível de satisfação muito grande.
JP – A quem o senhor atribui esta vitória?
Narcio – Ao povo desta região, que acordou em tempo. Política é para isso, ela é a ferramenta de transformação, de luta e de perseverança. Essa estrada é a marca do tanto que Uberaba e Uberlândia judiaram no passado da nossa região, do tanto que nós fomos preteridos na concepção do projeto de desenvolvimento do Triângulo Mineiro, porque eles nos obrigaram, durante esse tempo todo, a passar na porta deles, sendo que havia caminhos mais próximos, pois se, atualmente você sai de São Paulo para Cuiabá, você tem que passar na porta de Uberaba e de Uberlândia. Eles não fizeram a BR-364 porque ela encurta em 80 km a distancia entre a capital paulista e a capital mato-grossense, mas não passa na porta deles, passa apenas na nossa porta. Esta obra representa uma mudança de atitude regional, nós também temos direito ao desenvolvimento, não estamos falando mal de Uberaba e de Uberlândia, estamos dizendo que esta rodovia é um bem para todo mundo, e quando os políticos, principalmente de Uberlândia, condenaram a nossa ação em favor desta estrada, era mais uma visão egoísta que fez com que a nossa região ficasse neste isolamento prejudicial à integração. Não há estrada que faça mal a ninguém. Hoje, inclusive, essa estrada vai ajudar Uberaba e Uberlândia, tem gente que está devendo caminhadas a pé até Campina Verde e têm outros que não acreditaram nunca, teve gente que falou que ia arrancar o asfalto com a unha, espero que não o façam. Vamos perdoar todos eles e comemorar juntos. Na verdade, o que interessa é que a estrada está asfaltada, essa rodovia é a marca do meu mandato, ela mostra de que forma que um parlamentar pode mudar a história da sua região.
JP – O que essa rodovia representa para as cidades do Pontal do Triângulo?
Narcio – A São Paulo/Cuiabá é uma estrada de integração nacional, ela nasce em São Paulo, passa por Frutal (Minas Gerais), por São Simão (Goiás) e segue para Cuiabá (Mato Grosso). Mas ela não termina na capital mato-grossense, seu traçado invade território do Peru após passar pelos estados de Rondônia e Acre. É uma estrada de interesse internacional e muitas pessoas classificavam o trabalho que fazíamos aqui como uma ação meramente local. Quando fui ao governador Mario Covas pedir o apoio dele, me lembro muito bem que disse a seguinte frase “Governador, tem uma rodovia na minha região que se chama São Paulo/Cuiabá, ela só passa na minha região, mas ela pertence a São Paulo e a Cuiabá, para ver a importância dela na integração das regiões Sudeste e Centro Oeste, mas, minha região está isolada”. No que ele respondeu: “Você tem toda razão, Narcio”, pegou o telefone na hora e ligou para o presidente Fernando Henrique e disse, “nós precisamos fazer essa estrada se quisermos integrar Brasil”, então eu devo muito ao Mario Covas, ao Fernando Henrique, ao Lula que agora está concluindo a obra. A inclusão da BR-364 no PAC só aconteceu porque envolvemos toda bancada mineira. Faço questão de destacar o trabalho dos deputados Alexandre Silveira, Aélton Freitas, Rômulo Anízio, Edmar Moreira, Saraiva Felipe e Paulo Abi Ackel e todos os que, ao longo da história, assinaram emendas ajudando a arrumar recursos para finalizar a obra. Agora entra, vamos dizer assim, em piloto automático e só pára na hora que tiver pronta.
JP – Vamos falar um pouco de política. Todos querem saber se o senhor vai continuar como deputado federal ou tentará um novo cargo político. Qual sua resposta?
Narcio – O que eu posso te dizer é que, esteja onde estiver e seja o que eu for, eu vou continuar minha luta política, minha luta de cidadão. Agora, se você me perguntar qual é a minha motivação hoje, eu só tenho uma. A motivação minha é ver Aécio Neves na presidência da República e estou trabalhando nisso de forma obcecada, tenho para mim que este é o grande projeto da minha geração. O Aécio chegou ao governo de Minas, fez uma transformação, se você olhar a Minas de hoje e a Minas de seis anos e meio atrás, vai ver que nós mudamos tudo, mudamos a forma de fazer política, a relação com a oposição, a oportunidade de crescimento, o respeito a sociedade, o estímulo ao investidor. Então, eu tenho que acreditar que o dia que o Brasil for uma grande Minas Gerais, nós vamos viver uma nova realidade e o Aécio traz dentro de si aquela arte do impossível, que é de construir convergência, acho que o Brasil não precisa, depois deste período de conflito que marcou o mandato Fernando Henrique e o mandato Lula, de briga PT/PSDB. Nós precisamos ter um governo de convergência e só Minas pode dar isso ao Brasil. Então estou totalmente atirado a esta causa, acho que é uma causa para o país, para o povo e eu estou pensando nisso. Depende disso, qual é o caminho que nos vamos seguir em relação ao projeto nacional.
JP - Se esta luta te exigir mais um mandato de deputado federal, o senhor o fará com o mesmo desempenho que teve até este momento?
Narcio – Eu não sei, estou pedindo a Deus saúde, fiz agora meus exames, há uma semana fiz 50 anos e estou com uma saúde, graças a Deus, de criança, de jovem e, com muito boa vontade. Mas não tenho desejo de permanecer no Congresso Nacional. Às vezes, me perguntam, você vai ser senador? Eu falo, não vou ser nada, porque na verdade, eu acho que é preciso renovar o quadro da política, é preciso oxigenar, abrir oportunidade para outras pessoas, tem talento chegando, gente que pode fazer até melhor do que eu. Nós abrimos uma picada, ensinamos caminhos, mas há coisas novas chegando e nós temos que pensar. Essa coisa não me aflige, não me preocupa de forma nenhuma. Falo com absoluta tranqüilidade, eu não sei o que vou fazer o ano que vem, sei que vou estar ao lado do Aécio no projeto que ele escolher e este projeto pode ser para presidente da República. Se ele for candidato à presidência, eu posso ser apenas pintor de muros, pintar Aécio Neves, que acho que já estarei cumprindo papel histórico para mim, isso me dá muita alegria. Não vou faltar à região, é isso que eu quero dizer, não vou deixar projeto pela metade, não vou esquecer as responsabilidades e não é preciso ter mandato para que eu tenha o cumprimento destas responsabilidades, porque, depois que você tem uma convivência de 16 anos no Congresso Nacional, você tem amigos no Brasil inteiro, tem companheiros de estrada e muitos deles podem substituir a sua tarefa, fazendo, inclusive, melhor do que você. Tudo isso que conseguimos juntos, a cidade universitária, a São Paulo/Cuiabá, as obras que o Zé Maia viabilizou, a ligação Pirajuba/Frutal, Pirajuba/Planura, tudo isso está para acontecer ainda. Isso não foi feito de forma isolada, pertencemos a um conjunto, um grupo que atua de forma solidária e permanentemente unida. Então não tenho a ilusão que eu seja uma peça insubstituível, nem a pretensão disso, tenho o sentimento assim, o povo sabe muito mais do que nós, soube me dar oportunidade, eu me aproveitei dela. Mas eu devo mesmo ao povo, que eu tenho certeza que saberá garantir para nós, no futuro, um assento na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Independente do nome, isso é que é importante, que nós tenhamos alguém de Frutal, da região, na Câmara dos Deputados e na Assembléia Legislativa. Por isso, vou lutar enquanto estiver vivo.

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