quarta-feira, 8 de outubro de 2014

DILMA ENFRENTA SEU PIOR DESAFIO NO SEGUNDO TURNO, CONTRA AÉCIO NEVES.


Por Redação - de Brasília e Rio de Janeiro  







Atual presidenta da República, Dilma Rousseff (PT) está diante do desafio mais difícil de sua vida, se quiser permanecer no cargo, mostraram as urnas neste último domingo. Após uma campanha no primeiro turno em que se dividiu entre um aceno à esquerda e o abraço ao agronegócio, Dilmachega para a disputa com o preferido dos conservadores, Aécio Neves (PSDB), que comemoram a vitória do ex-militar Jair Bolsonaro (PP), como campeão de votos, no Rio, e o crescimento expressivo da bancada de parlamentares na Câmara Federal, com expoentes da ultradireita como Luiz Carlos Heinze (PP-RS). Os bilhões de reais investidos na tentativa da candidata petista em fazer as pazes com a mídia hegemônica seguiram para o ralo, uma vez que os meios de comunicação ligados à direita trabalharam para que o segundo escrutínio da opinião brasileira ocorresse exatamente com o representante tucano, apesar da festa em torno da candidata Marina Silva (PSB/Rede Sustentabilidade). O estrago causado pela ação midiática em peso a favor dos candidatos do campo reacionário chegou a causar atritos na direção da campanha petista e levou a presidenta, pela primeira vez em seus quatro anos de governo, a convidar blogueiros da esquerda para uma coletiva.
Na balança eleitoral, Aécio Neves atrai pesos pesados da indústria, dos bancos e dos segmentos mais anacrônicos da sociedade brasileira que, nas urnas, demonstraram um vigor além do previsto nas pesquisas de opinião. Estas, aliás, ainda estão tentando compreender onde erraram. A diretora executiva do Ibope, Márcia Cavallari, negou nesta segunda-feira que o instituto de pesquisa tenha errado tanto assim nos resultados, após o crescimento repentino de Neves (PSDB), que superou Marina Silva com ampla vantagem e foi para o segundo turno com a candidata do PT.
– Essa era uma eleição com mais incertezas. Sabíamos disso desde as manifestações de junho do ano passado – disse Cavallari, a jornalistas.
Na última pesquisa Ibope, divulgada no sábado, Aécio aparecia com 27% dos votos válidos, contra 24% de Marina. Dilma mantinha a liderança com 46%. Segundo afirmou, a diferença dos resultados de domingo para as últimas pesquisas em alguns Estados não foi captada porque o eleitor mudou de ideia até o último minuto.
– Nossa última pesquisa havia mostrado um crescimento do Aécio. Esse movimento continuou após o fim da pesquisa, por isso o resultado oficial foi diferente. O eleitor teve um interesse tardio por essa eleição – disse.
A próxima pesquisa deve ser divulgada na quinta-feira, em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo e a Rede Globo. Até o fim do segundo turno, devem ser divulgadas até quatro pesquisas e, dessa vez, os institutos esperam captar de forma mais precisa a opinião dos eleitores que, ao mesmo tempo em que elegeram os representantes da direita reacionária, também souberam valorizar as bandeiras à esquerda do PSOL, com mais de 1,5 milhão de votos para a candidata Luciana Genro. Na noite passada, Genro diz que o partido ainda vai decidir se apoia a presidenta Dilma Rousseff no segundo turno. Genro afirmou que as bandeiras defendidas por sua campanha, como os direitos civis da população LGBT e a taxação de grandes fortunas, continuam pendentes e que os candidatos que foram para o segundo turno não irão resolver os problemas do país. No Rio, o campeão de votos do PSOL, Marcelo Freixo, já adiantou que fará campanha pela candidata à reeleição, enquanto Jair Bolsonaro, de ultradireita, já mergulha nas hostes tucanas, garantindo seu voto a Aécio Neves.

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